Ajẹ́ Ṣaluga
Ajẹ́ Ṣaluga, o fi ẹni iwaju silẹ ṣe ẹni ẹ̀hin ni pẹlẹ, orí kí ọ̀ran ki ọ tanAjẹ́ muitas vezes passa pela primeira caravana, como se fosse ao mercado, e carrega a última com bênçãos
Ajẹ́ Ṣaluga é a irmã mais nova de Yèmọnja.
Ambas são as filhas prediletas de Olóòkun. Quando a imensidão das águas
foi criada, Olóòkun dividiu os mares com suas filhas e cada uma reinou
numa diferente região do oceano. Aje ṣaluga ganhou o poder sobre as
marés. Eram nove as filhas de Olóòkun e por isso se diz que são nove as
Yèmọnjas. Dizem que IYèmọnja é a mais velha Olóòkun e que Ajê Salugá é a
Olóòkun caçula, mas de fato ambas são irmãs apenas. Olóòkun deu às suas
filhas os mares e também todo o segredo que há neles. Mas nenhuma delas
conhece os segredos todos, que são os segredos de Olóòkun. Ajê Salugá
era, porém, menina muito curiosa e sempre ia bisbilhotar em todos os
mares. Quando Olóòkun saía para o mundo, Ajê Salugá fazia subir a maré e
ia atrás cavalgando sobre as ondas. Ia disfarçada sobre as ondas, na
forma de espuma borbulhante. Tão intenso e atrativo era tal brilho que
às vezes cegava as pessoas que olhavam. Um dia Olóòkun disse à sua filha
caçula: O que dás para os outros tu também terás, serás vista pelos
outros como te mostrares. Este será o teu segredo, mas sabe que qualquer
segredo é sempre perigoso. Na próxima vez que Ajê Salugá saiu nas
ondas, acompanhando, disfarçada, as andanças de Olóòkun, seu brilho era
ainda bem maior, porque maior era seu orgulho, agora detentora do
segredo. Muitos homens e mulheres olhavam admirados o brilho intenso das
ondas do mar e cada um com o brilho ficou cego. Sim, o seu poder cegava
os homens e as mulheres. Mas quando Ajê Salugá também perdeu a visão,
ela entendeu o sentido do segredo. IYèmọnja está sempre com ela, Quando
sai para passear nas ondas. Ela é a irmã mais nova de Yèmọnja.
Este itan descreve a lenda do surgimento do
Orixá Aje ṣaluga. Quando se encontrava no céu perto de Mawu, o caramujo
Aje se chamava Aina e era do sexo feminino. Naquela época, Fa Ayedogun
passava por sérias dificuldades financeiras e, por ser muito pobre, não
era convidado a participar de qualquer festa ou reunião social. Aina,
recém nascida, era muito feia. Sua aparência terrível fazia com que
todos evitassem sua companhia e ninguém aceitava tê-la em casa. Depois
de ser rejeitada em todas as casas, Aina bateu na porta de Fa Ayidogun,
que apesar do estado de miséria em que se encontrava, acolheu a menina.
Uma bela noite, Aina acordou Fa, anunciando que estava prestes a
vomitar. O hospedeiro apresentou-lhe uma tigela para que vomitasse, mas
ela recusou-se. Uma cabaça foi trazida e também recusada e depois, uma
jarra foi objeto de nova recusa. Fá perguntou então, o que poderia fazer
para ajudá-la e Aina disse: "Lá no lugar de onde venho, costuma-se
vomitar todos os dias, no quarto. Conduzida ao quarto, Aina começou a
vomitar todos os tipos de pedras preciosas, brancas, azuis, vermelhas,
verdes, etc. Naquele momento, um marabu que passava, penetrou na casa de
Fá e perguntou por Aina. "Ela está no quarto, acometida por uma crise
de vômitos." Respondeu Fá. O estrangeiro foi ver o que se passava e ao
deparar com Aina vomitando pedras preciosas, exclamou: "Ha! Nós não
conhecíamos os poderes de Aina, hoje revelados!" Disposto a serví-la,
colocou-lhe o nome de Anabi ou Ainayi, que em Yoruba quer dizer: Aina
vomita, Aina deu toda riqueza a Fá Ayidogun. Os muçulmanos, depois
disto, fizeram de Aina uma divindade, conhecida entre eles, como Anabi
Folhas
- Folha da Riqueza (ewé ajé)
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