Oranian
Oranian era o filho mais novo de Odùduà e foi o mais poderoso de todos, e mais famoso em
toda nação Yorubá. Famoso como caçador e pelas
grandes e numerosas conquistas.
Foi o fundador do reino de Oyó.
Oranian foi concebido em condições muito
singulares.
Uma lenda relata como Ogum, durante uma de suas expedições
guerreiras, conquistou a cidade de Ogotún, saqueou-a
e trouxe um espólio importante.
Uma prisioneira de rara beleza chamada Lakanjê
agradou-lhe tanto que ele não respeitou sua virtude.
Mais tarde, quando Odùduà, pai de Ogum,
a viu, ficou perturbado, desejou-a por sua vez e fez dela uma de suas mulheres.
Ogum, amedrontado, não ousou revelar a seu pai o que se passara entre
ele e a bela prisioneira.
Nove meses mais tarde, Oranian nascia.
O seu corpo era verticalmente dividido em duas cores. Era preto de
um lado, pois Ogum tinha a pele escura, e pardo do
outro, como Odùduà, que tinha a pele muito clara.
Oranian cresceu e tornou-se um belo jovem,
forte e inteligente, que adorava caçar, fazer armadilhas e sondar os animais
das florestas.
Tinha como seu maior sonho, fundar sua própria nação, ter o
próprio povo e seu palácio.
Com a ajuda de alguns amigos, começou a conquistar pequenas
aldeias.
Só que em vez de fazer mal aos vencidos, os tratava bem e
conquistou muitos aliados, formando assim o Reino de Oyó.
Após grandes vitórias, Oranian torna-se
o braço direito de seu pai em Ilê-Ifê, pois seus
outros irmãos foram povoar regiões distantes, menos Obàlùfan
Ògbógbódirin. Odùduà ordena
então que Oranian conquiste terras ao norte de Ifé, mas Oranian não consegue cumprir a tarefa e sai derrotado
e, com vergonha de encarar seu pai, não volta mais a Ifé,
com isso funda uma nova cidade e lhe dá o nome de Oyó,
tornando-se o primeiro Oba Aláàfin de Oyó.
Uma de suas mulheres, Torosi, que era
filha de Elémpe, rei da nação Tapá
(Nupé), foi a mãe de Xangô
que mais tarde veio ser o rei de Oyó no lugar de seu
irmão mais velho Dadá Ajaká,
Oranian colocou seu outro filho, Eweka,
como rei de Benim, e se tornou o Óòni de Ifé.
mitologia
Casado com Morèmi, uma bela mortal, nativa
de Òfà, que se tornou mais tarde uma heroína em Ilê-Ifé, da qual tem um filho, que recebe o nome de Ajaká.
Após algum tempo, Oranian investe em
novas conquistas e volta a guerrear contra a Nação dos Tapas,
onde havia sido derrotado, mas desta vez consegue uma grande vitória sobre Elémpe, na época rei dos Tapas.
Por sua derrota, Elémpe entrega-lhe sua
filha Torosí, para que se case com ele.
Retornando a Oyó, Oranian
casa-se com Torosí e com ela tem um filho, chamado de
Xangô, um mortal, nascido de uma mãe mortal e um pai semideus, portanto com
ascendentes divinos por parte de pai.
Após este período com inúmeras vitórias, a cidade de Oyó torna-se um poderoso império, Oranian,
prestigiado e redimido de sua vergonha, volta para Ilê-Ifé,
deixando em seu lugar, em Oyó, o príncipe coroado,
seu filho Ajaká, que torna-se
o segundo Aláàfin de Oyó.
Durante sua longa ausência em Ilê-Ifé, Obàlùfan Ògbógbódirin, seu irmão
mais velho, se tornou o segundo Óòni de Ifé, após o reinado de Odùduà.
Quando Obàlùfan morreu, e ninguém sabia
do paradeiro de Oranian, o povo de Ifé aclamou Obàlùfan Aláyémore como sucessor direto de seu pai.
Quando Oranian chega em
Ifé, Obàlùfan Aláyémore já reinava como o terceiro Óòni
de Ifé, mas com um fraco reinado. Enfurecido com o
povo de Ifé que haviam aclamado Aláyémore,
e que o tinham chamado para combater possíveis inimigos, o poderoso guerreiro
colérico, comete varias atrocidades e só para quando uma anciã grita
desesperada que ele está destruindo seus "próprios filhos", o seu
povo.
Atônito, ele finca no chão seu asà, escudo
que imediatamente se transforma em uma enorme laje de pedra, num lugar hoje
chamado de Ìta Alásà,
e decide ir embora e nunca mais voltar à Ifé.
Quando rumava para fora dos arredores de Ifé,
em Mòpá, foi interceptado pelo povo que o saudavam
como Óòni de Ifé e
suplicavam por sua volta. Ele então satisfeito e envaidecido, atende ao povo e
finca no chão seu òpá seu bastão de guerreiro,
transformando-o em um monólito
de granito selando assim o acordo com o povo e volta em uma procissão
triunfante ao palácio de Ifé.
Sabendo disso, Obàlùfan Aláyémore abandona o palácio e se exila na cidade de Ìlárá.
Oranian ascende ao trono e se torna o 4ª Óòni de Ifé até sua morte.
Obàlùfan Aláyémore, retorna do exílio e reassume como o 5ª Óòni
de Ifé e reina deste vez, com sucesso até a sua
morte.
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